5 Feridas emocionais da infância: o que toda mulher precisa saber para se curar
As feridas emocionais da infância são marcas invisíveis que muitas mulheres carregam dentro de si, mesmo sem perceber.
Elas nascem de experiências dolorosas, de palavras que machucaram, de silêncios que gritaram mais alto do que qualquer bronca. E o mais comum? A gente cresce tentando seguir em frente sem nunca ter olhado para essas feridas com o cuidado e o acolhimento que elas merecem.
Se você sente que, por mais que tente, sempre acaba repetindo os mesmos padrões nos relacionamentos, no trabalho, com sua autoestima ou nas suas escolhas, talvez essas feridas estejam te influenciando mais do que você imagina.
Neste artigo, você vai conhecer as 5 feridas emocionais da infância que mais impactam a vida das mulheres e, mais importante do que isso, como começar a se curar. Porque você merece ser livre para viver sem carregar dores que nem são suas.
O que são feridas emocionais?
As feridas emocionais são traumas internos que surgem na infância, geralmente entre os 0 e os 12 anos de idade, e que afetam diretamente nossa forma de pensar, sentir e nos relacionar na vida adulta.
Elas não precisam ter vindo de grandes tragédias. Muitas vezes, pequenos gestos repetitivos, a falta de escuta, falta de afeto ou de presença são suficientes para marcar emocionalmente uma criança.
Essas feridas surgem, em geral, a partir da relação com figuras de autoridade, como pais, mães, avós, professores, e moldam a forma como nos sentimos em relação a nós mesmas: nosso valor, nosso corpo, nossa voz e até nossa capacidade de amar.
Quando não curadas, essas feridas continuam influenciando a forma como vivemos, mesmo anos depois. E é por isso que a cura não é um luxo, é uma necessidade.
A seguir, você vai conhecer as cinco feridas emocionais mais comuns na infância, segundo autores como Lise Bourbeau, e como elas ainda podem estar ecoando silenciosamente na sua vida hoje.
Ferida emocional da rejeição
Essa ferida aparece quando a criança se sente rejeitada por um ou ambos os pais. Isso pode acontecer desde a gestação (quando a gravidez não foi desejada) até situações em que a criança sente que não pode ser ela mesma para ser aceita.
Às vezes, os pais queriam um filho homem e nasceu uma menina. Ou a criança era muito sensível, e isso era visto como fraqueza.
Na vida da mulher adulta, essa ferida pode se manifestar como uma sensação constante de não pertencimento, medo de se expor, baixa autoestima, dificuldade em aceitar elogios ou amor e tendência ao isolamento emocional. Ela se sente invisível, mesmo quando está cercada de gente.
Ela tende a evitar conflitos a todo custo, se cala para não ser rejeitada e, muitas vezes, vive relações onde não é realmente vista, apenas para evitar a dor da exclusão.
O pensamento recorrente é: “Se eu mostrar quem sou de verdade, não vão me querer.”
O caminho de cura envolve aprender a se aceitar por inteiro, com luzes e sombras. Entender que sua existência é válida exatamente como é. A prática do espelho (olhar nos olhos e afirmar seu valor), a escrita terapêutica e a autoexpressão são grandes aliadas.
Ferida emocional do abandono
Essa ferida surge quando a criança sente que ficou sozinha, física ou emocionalmente. Pode ocorrer por pais ausentes, separações, hospitalizações, ou por emocionalmente não serem disponíveis, mesmo estando por perto. Muitas vezes, não houve intenção de abandono, mas a criança percebeu e sentiu dessa forma, e é isso que importa.
Na vida adulta, a mulher com essa ferida pode sentir um medo profundo da solidão. Ela tem dificuldade de ficar sozinha, tende a se apegar com intensidade e rapidez, aceita pouco para não perder o outro, e pode até aceitar relacionamentos vazios só para não enfrentar o vazio interior.
É comum que ela desenvolva dependência emocional e ansiedade em relações afetivas. Sofre por antecedência, teme ser esquecida, e exige do outro algo que só ela pode oferecer a si mesma: presença.
A sensação profunda é: “Se eu for deixada, não vou aguentar.”
A cura dessa ferida envolve aprender a cultivar sua própria companhia. Descobrir prazer em estar só, se nutrir emocionalmente com hobbies, rotinas e autocuidado, além de buscar vínculos seguros, com pessoas que sabem estar e permanecer.
Ferida emocional da humilhação
Essa ferida nasce quando a criança é ridicularizada, envergonhada ou exposta. Pode ter vindo de críticas sobre o corpo, a forma de ser, ou comentários em tom de piada sobre comportamentos naturais da infância. Muitas vezes, a criança é taxada como “gorda”, “feia”, “burra”, ou simplesmente era tratada como um fardo.
Na fase adulta, essa mulher sente vergonha de si mesma, se sabota, acha que não é digna de amor, evita se destacar por medo de exposição e sente que precisa “merecer” o carinho das pessoas. Ela vive se justificando, pedindo desculpas até por existir.
Além disso, costuma cuidar demais dos outros, como forma de compensar a ideia de que, se for “boazinha” o bastante, não será humilhada novamente. Mas isso a afasta de si mesma.
A frase interna costuma ser: “Eu sou inadequada. Algo em mim é errado.”
A cura passa por desenvolver amor-próprio verdadeiro. Começa ao parar de se punir, ao se olhar com mais doçura, ao permitir prazer e alegria sem culpa. A libertação vem quando ela entende que não precisa carregar a vergonha de outras pessoas.
Ferida emocional da injustiça
Surge em ambientes muito rígidos, com exigência emocional ou perfeccionismo excessivo. Crianças que sentiram que nunca eram boas o bastante ou que só recebiam amor quando obedeciam e performavam bem desenvolvem essa ferida. São aquelas que crescem ouvindo: “você tem que ser forte”, “não pode errar”, “engole o choro”.
Na vida adulta, a mulher com essa ferida costuma ser perfeccionista, extremamente autocrítica, inflexível com os próprios erros e tem uma grande dificuldade de lidar com vulnerabilidades. Ela acredita que precisa ser impecável para merecer amor e respeito.
Frequentemente, ela ocupa o papel de “mulher forte”, mas por dentro está exausta, insegura e se sentindo um fracasso por não dar conta de tudo o tempo todo.
Seu pensamento padrão é: “Se eu não for perfeita, não sou digna.”
A cura exige desconstruir a ideia de perfeição como valor. Aprender a descansar sem culpa, errar sem se destruir, e se permitir ser humana. A vulnerabilidade deixa de ser fraqueza e passa a ser um caminho de conexão real.
Ferida emocional da traição ou vergonha
Essa ferida surge quando a criança sente que sua confiança foi quebrada por quem deveria protegê-la. Pode vir de promessas não cumpridas, mentiras, manipulações ou situações em que ela foi exposta, traída, comparada ou preterida.
Na mulher adulta, essa ferida aparece como dificuldade em confiar, necessidade de controle, crises de ciúmes, medo de se abrir emocionalmente e uma constante sensação de que será decepcionada. Ela pode oscilar entre controle e desconfiança, afastando as pessoas antes que elas possam feri-la.
Também pode haver vergonha profunda da própria sensibilidade, das emoções, ou do corpo, como se ela tivesse “culpa” por ter acreditado demais.
O pensamento interno é: “Não posso confiar em ninguém. Só eu cuido de mim.”
A cura passa por resgatar a confiança na vida. Saber escolher com quem abrir o coração, respeitar seus limites, aprender a soltar o controle e permitir que a vida traga novas experiências, sem carregar nas mãos o medo do passado.
Como curar as feridas emocionais?
Curar suas feridas emocionais não é apagar o que você viveu, mas sim transformar a maneira como essas experiências vivem dentro de você.
Você pode começar com pequenos passos:
Nomear o que sente
Dar nome à dor é uma forma de sair do modo sobrevivência e entrar em contato com a cura. Leia, escreva, reflita. Observe seus padrões com carinho.
Validar sua história
Sua dor é legítima. Mesmo que outras pessoas tenham vivido coisas “piores”, o que você sentiu importa. A validação é o primeiro passo para a libertação.
Cuidar da sua criança interior
Imagens, cartas, meditações guiadas, desenhos, conversas simbólicas, tudo isso ajuda você a se reconectar com sua parte mais pura, que ainda precisa de colo.
Buscar apoio terapêutico
Você não precisa fazer isso sozinha. Terapias emocionais, corporais, holísticas e integrativas podem te ajudar a soltar a armadura com segurança.
Desenvolver autorresponsabilidade amorosa
Entender que você não teve culpa pelas feridas, mas que hoje é responsável pela sua cura. Não como peso, mas como forma de resgatar o seu próprio poder.
O impacto de uma mulher curada
Uma mulher que começa a curar suas feridas emocionais não se transforma de um dia para o outro. Mas ela muda o mundo ao redor aos poucos. Porque se trata de uma mulher que:
– Aprende a dizer “não” sem culpa
– Escolhe relações com consciência
– Se olha no espelho com mais compaixão
– Sabe acolher suas emoções sem se afogar nelas
– Se liberta do papel de agradar o tempo todo
Essa mulher cria uma nova realidade. Para si, para outras mulheres e, muitas vezes, para suas filhas, irmãs, amigas — e para as gerações que virão.
Você pode reescrever a sua história
Você não precisa ser a mulher que sobrevive o tempo todo. Você pode ser a mulher que sente, que acolhe, que se permite recomeçar.
As feridas emocionais podem ter nascido no passado, mas a cura acontece aqui, agora, cada vez que você escolhe se olhar com mais gentileza.
Não é sobre apagar o que viveu. É sobre escrever um novo capítulo a partir do amor, e não mais da dor.
💛 Você merece se curar.
💛 Você merece viver com leveza.
💛 E merece, acima de tudo, ser feliz com quem você realmente é.
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