CDI: como essa taxa impacta seu dinheiro mais do que você imagina
CDI é uma daquelas siglas que aparecem o tempo todo quando a gente começa a se interessar por investimentos ou finanças, mas que poucas pessoas realmente entendem. Apesar de discreta, essa taxa impacta diretamente o rendimento do seu dinheiro, as aplicações que você escolhe e até o quanto você perde (ou deixa de ganhar) quando o dinheiro está parado.
A seguir, vamos te mostrar como essa taxa afeta seu dinheiro mais do que você imagina, de forma prática, clara e com aquele olhar pensado para mulheres que estão buscando mais liberdade e segurança financeira.
O que é CDI?
A sigla CDI significa Certificado de Depósito Interbancário. Parece complicado, mas a lógica por trás é simples: os bancos, no Brasil, fazem empréstimos entre si todos os dias para manter o caixa em dia, e cobram juros por isso. Esses juros formam a taxa CDI.
Ela funciona, na prática, como uma referência de rentabilidade para investimentos de renda fixa. Ou seja, muitos dos produtos financeiros disponíveis para quem quer aplicar seu dinheiro usam o CDI como “base” para calcular quanto você vai ganhar.
Onde o CDI aparece no seu dia a dia?
Você pode nem perceber, mas se já ouviu falar (ou investiu) em produtos como: CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI e LCA, Fundos DI, Debêntures e Títulos pós-fixados… então você já esteve cara a cara com o CDI.
Por exemplo:
Um CDB que promete “110% do CDI” está dizendo que vai render 10% a mais do que a taxa CDI do momento. Parece pouco? Às vezes, esses “10% a mais” fazem muita diferença no resultado final, especialmente se o valor aplicado for alto ou ficar investido por um bom tempo.
Qual a diferença entre CDI e Selic?
Muita gente confunde o CDI com a taxa Selic, e com razão: elas caminham lado a lado. Mas são coisas diferentes.
Aspecto | Selic | CDI |
Definida por | Banco Central (Copom) | Mercado interbancário (bancos) |
Finalidade | Controlar a economia e inflação | Regular empréstimos entre bancos |
Impacta | Financiamentos, cartão, Tesouro | Renda fixa: CDB, LCI, LCA, fundos DI |
Variação | Mudanças a cada 45 dias | Acompanha Selic, mas é levemente menor |
Na prática, quando a Selic sobe, o CDI também sobe. Quando a Selic cai, o CDI acompanha. Mas o CDI tende a ser ligeiramente mais baixo do que a Selic.
Como o CDI impacta seu dinheiro?
A taxa CDI afeta o quanto seu dinheiro rende quando está aplicado em produtos de renda fixa. Ou seja: é ela que define se o seu investimento está “acompanhando o mercado” ou se está ficando para trás.
Vamos a um exemplo prático:
- Suponha que o CDI atual seja 13,65% ao ano.
- Você investe R$ 10.000 em um CDB que rende 100% do CDI.
- Isso significa que, ao fim de um ano, seu investimento renderá R$ 1.365 (antes de impostos).
Se você escolher um CDB que pague 110% do CDI, esse mesmo valor renderia R$ 1.501,50, ou seja, R$ 136,50 a mais no mesmo período.
👉 Parece um detalhe, mas multiplique isso por 5 anos e veja o impacto.
CDI e seus investimentos: o que observar?
Se você quer começar a investir de forma mais consciente, precisa entender como o CDI influencia o desempenho de cada produto:
1. CDBs, LCIs, LCAs
Esses são os produtos mais atrelados ao CDI. Eles sempre virão com uma porcentagem da taxa. Exemplo: “CDB – 110% do CDI”.
Quanto maior essa porcentagem, melhor é o rendimento. Mas atenção: produtos que rendem mais costumam ter prazos maiores ou menos liquidez.
2. Tesouro Direto
O Tesouro Selic não rende exatamente com base no CDI, mas acompanha sua variação. Quando o CDI está alto, a Selic também costuma estar, e o Tesouro Selic se torna mais vantajoso.
CDI e a reserva de emergência
Muita gente deixa a reserva de emergência parada na poupança. Mas adivinha? A poupança rende menos do que o CDI.
Hoje, com o CDI acima de 10% ao ano, deixar o dinheiro rendendo 6% ou 7% (rendimento médio da poupança) é quase como perder dinheiro, especialmente com a inflação corroendo o poder de compra.
Aplicar sua reserva em CDBs com liquidez diária e 100% do CDI já é uma forma muito mais inteligente e segura de proteger seu dinheiro.
Como saber se um investimento está rendendo bem?
Compare sempre a porcentagem do CDI oferecida com o que o mercado está pagando.
Exemplo:
- Um CDB que paga 80% do CDI rende pouco, só vale se for muito fácil de resgatar ou extremamente seguro.
- Um CDB com 100% do CDI é bom para reserva de emergência.
- 110% a 120% do CDI é excelente para metas de médio prazo.
A lógica é simples: quanto mais o investimento se aproxima ou ultrapassa o CDI, mais seu dinheiro trabalha a seu favor.
O que acontece quando o CDI cai?
Quando o CDI está alto (como agora em 2025), os investimentos conservadores rendem bem. Mas, em ciclos econômicos em que a Selic e o CDI caem, esses produtos ficam menos atrativos.
Nesse cenário, muitos investidores migram para:
- Tesouro IPCA+
- Fundos multimercado
- Renda variável (ações, fundos e criptomoedas)
Ou seja, conhecer o CDI também te ajuda a planejar seus próximos passos, entendendo quando mudar de estratégia.
Vale a pena investir em produtos que rendem menos do que o CDI?
Depende. Em geral, não vale a pena investir em aplicações que rendem menos de 100% do CDI, a menos que:
- Ofereçam liquidez imediata com isenção de imposto (como a poupança, para valores pequenos)
- Sirvam para um objetivo muito específico e de curtíssimo prazo
Se seu dinheiro está investido por meses e não acompanha nem o CDI, você está perdendo potencial de crescimento.
Dicas para usar o CDI a seu favor
1. Compare sempre antes de aplicar
Pergunte: “Esse investimento está batendo o CDI?” Se não, reavalie.
2. Use simuladores
Muitos apps de investimento mostram quanto um produto vai render em comparação com o CDI. Use isso a seu favor.
3. Não foque só no número bruto
100% do CDI com liquidez diária pode ser melhor do que 120% do CDI com resgate em 5 anos (significa que você não pode tirar seu dinheiro antes de 5 anos sem perder parte do rendimento), depende do seu objetivo.
4. Atenção à taxa de administração
Fundos conservadores com taxa de 1% ao ano, por exemplo, corroem boa parte dos seus ganhos. Fique de olho.
E se o CDI sumisse?
Parece uma pergunta esquisita, mas em alguns países não existe uma taxa como o CDI. No Brasil, ele é parte central da estrutura de renda fixa.
Se um dia deixasse de existir, a forma como bancos emprestam entre si mudaria, e com ela, a forma como seus investimentos são calculados.
Mas, por enquanto, o CDI continua firme como referência principal para a maioria das aplicações de baixo risco.
Liberdade financeira começa com conhecimento
Entender o CDI é como aprender a ler um novo idioma: o idioma do dinheiro.
E quando você entende, tudo muda: você faz melhores escolhas, protege seu esforço, valoriza seu tempo e se aproxima da liberdade que merece.
Você não precisa se tornar especialista para cuidar do seu dinheiro. Mas precisa saber o básico para não ser feita de boba.
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👉 Taxa Selic: o que é, quem define e como ela afeta seu dinheiro
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